sábado, 18 de junho de 2011

Adelino Moreira


A Volta do Boêmio (Boemia)


Foto: clique aqui

DADOS BIOGRÁFICOS

* 28/03/1918 - Porto/Portugal

+ 07/05/2002 - Rio de Janeiro/Brasil



Adelino Moreira é caso raro na história da música popular brasileira. Um compositor que construiu a carreira com talento e cuidado e conseguiu manter um confortável padrão de vida, principalmente porque nunca parou de receber direitos autorais. Se qualquer compositor quiser ganhar dinheiro com música no Brasil, tem antes que me consultar. Eu sei vender discos. Eu faço músicas para vender. Eu faço o que o povo quer, declarava, em meados dos anos 70.


Nascido na cidade do Porto, em Portugal, em 28 de março de 1918, Adelino Moreira de Castro chegou ao Brasil com apenas um ano de idade. O pai, comendador Serafim Sofia, era joalheiro e, em busca de vida melhor, instalou-se com toda a família na praça Mauá, no Rio de Janeiro. Não demorou a prosperar e a mudar-se para Córregos, onde, segundo Adelino, era dono de quase toda a cidade.



Ainda criança, o compositor começou a aprender o ofício do pai. Não só se tornou exímio na ourivesaria, mas também se contagiou com o amor paterno pela poesia e pela música. Nessa época, Adelino tinha aulas de violão e guitarra portuguesa e tentava as primeiras composições.



Em 1943, o comendador patrocinava o programa Seleções Portuguesas, na Rádio Clube do Brasil. Dirigido pelo maestro Carlos Campos, professor de guitarra de Adelino, o programa logo passou a contar com a presença constante do futuro compositor, que interpretava fados e umas coisinhas de sua autoria. Em 1945, convidado por João de Barro, diretor artístico da Continental, gravou os fados Olhos d´Alma e Anita, o samba Mulato Artilheiro e a marcha Nem Cachopa, Nem Comida, todos de sua autoria. Em outro disco, interpretou Manita e Adeus, ambas de Carlos Campos e Américo Morais.



Consciente de que aquelas 78 rotações ainda não significavam a entrada para o estrelato, Adelino voltou à oficina do pai e, em 1947, montou a própria ourivesaria. Só passou a se interessar pela carreira musical quando conquistou a independência financeira. No ano seguinte, foi para Portugal, onde se apresentou no Teatro Sá de Miranda e gravou, pela Pharlophon portuguesa, vários discos de música brasileira. Retornando ao Brasil, tinha uma certeza: não queria ser cantor. Mas se dedicaria com afinco à composição.



Em 1952, Adelino conheceu Nelson Gonçalves. Impressionado com o estilo do cantor, o compositor lhe entregou Última Seresta para ser gravada. Essa música inaugurava uma parceria que se estenderia por muitos anos e que faria de Nelson o principal intérprete de Adelino. Nos anos seguintes, o cantor lançaria os primeiros dois grandes êxitos do compositor: os sambas-canções Meu Vício é Você, de 1955, e A Volta do Boêmio, de 1956. Na década de 60, Adelino e Nelson passaram também a compor juntos, surgindo, assim, vários sucessos, como o bolero Fica Comigo Esta Noite e os sambas-canções Escultura e Êxtase.



Ainda nos anos 60, vários outros cantores gravaram músicas de Adelino, entre eles, Ângela Maria, Carlos Galhardo, Núbia Lafayette e Orlando Silva. Eu compunha para todo mundo. Todos os cantores de sucesso gravavam coisas minhas. Eu fazia música de acordo com a necessidade. Se precisava fazer 36 músicas por ano, eu fazia, lembra o compositor.



Em 1966, alguns desentendimentos separaram Adelino de Nelson Gonçalves. A briga duraria até 1971, quando voltaram a trabalhar juntos. E, em meados da década de 70, além de continuar a compor, tornou-se empresário do cantor.

FONTE


Fred, 18/06/2011

Nenhum comentário:

Postar um comentário