sábado, 31 de março de 2012

“Nosso Lar” é sustentável?



Foto em estranhoescontro.blogspot.com

"André Trigueiro é jornalista com Pós-graduação em Gestão Ambiental pela COPPE/UFRJ onde hoje leciona a disciplina “Geopolítica Ambiental”, professor e criador do curso de Jornalismo Ambiental da PUC/RJ, autor do livro “Mundo Sustentável - "Abrindo Espaço na Mídia para um Planeta em transformação", coordenador editorial e um dos autores do livro "Meio Ambiente no século XXI", e “Espiritismo e Ecologia”, lançado na Bienal Internacional do Livro, no Rio, pela Editora FEB, 2009. É apresentador do Jornal das Dez e editor-chefe do programa Cidades e Soluções, da Globo News. É também comentarista da Rádio CBN e colaborador voluntário da Rádio Rio de Janeiro."

http://www.mundosustentavel.com.br/andre-trigueiro/



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“Nosso Lar” é sustentável?


O filme mais caro da história do cinema nacional consumiu boa parte dos 20 milhões de reais de seu orçamento em efeitos especiais que se prestam à impressionante visualização da cidade espiritual descrita pelo Espírito André Luiz através da psicografia de Francisco Cândido Xavier.
“Nosso Lar” impressiona pelo bom gosto na justa distribuição dos espaços de área construída intercaladas por gramados e lagos. As áreas verdes e a presença da água marcam o projeto urbanístico da cidade, onde os pedestres circulam livremente sem disputar espaços com qualquer gênero de transporte individual. O transporte público de massa é o aérobus, muito parecido com o nosso metrô de superfície, só que sem trilhos. O magnetismo que impulsiona o veiculo é o mesmo que por aqui já empurra trens-bala de alta velocidade.
Os prédios públicos são imponentes e com design arrojado. Privilegiam a iluminação natural com imensas janelas ou áreas vazadas. Para as demais edificações o gabarito é invariavelmente baixo, harmonizando-se as áreas povoadas sem aglomerações indevidas.
Predominam por toda a cidade as cores claras com tons vitalizantes, cromoterápicos. Vista de cima, “Nosso Lar” lembra um pouco o plano-piloto de Brasília sem asfalto ou automóveis.
Em resumo: para espíritas ou não espíritas, o filme exibe conceitos de urbanismo modernos e sofisticados que poderiam inspirar nossos gestores.

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quarta-feira, 28 de março de 2012

Manhã de Carnaval



Manhã de Carnaval (Luiz Bonfá e Antônio Maria)

Luiz Bonfá ( *1922 +2001)
BIOGRAFIA
Nasceu no Rio de Janeiro, no dia 17 de outubro de 1922. Apesar de um pouco ofuscado pelas presenças de Tom Jobim e João Gilberto, Luiz Bonfá também estava presente no nascimento da bossa nova. Pelo menos duas de suas canções, "Manhã de Carnaval" e "Samba de Orfeu", deram a volta ao mundo três anos antes que as canções de Jobim revolucionasse o mundo do jazz.
Bonfá aprendeu a tocar violão aos onze anos e estudou guitarra clássica com o mestre uruguaio Isaías Sávio. Ele começou a trabalhar nos clubes do Rio como cantor do grupo Quitandinha Serenaders e em 1946 já aparecia nos programas da Radio Nacional.
Em 1957, Bonfá começava a dividir seu tempo entre New York e Rio, excursionando pelos Estados Unidos com a cantora Mary Martin e compondo e gravando trilhas para filmes brasileiros.
O momento decisivo de sua carreira aconteceu em 1959 quando o diretor francês Marcel Camus o convidou para contribuir com algumas canções para o filme "Orfeu Negro". "Manhã de Carnaval" se tornou um sucesso como canção popular e também no jazz.
Do período que vai do final da década de 50 até os anos 60, Bonfá gravou diversos álbuns para o mercado americano através das gravadoras EMI Odeon (Capitol), Dot, Atlantic, Cook, Philips, Epic e Verve. Bonfá apareceu de forma destacada junto com suas canções no álbum "Jazz Samba Encore" com Jobim e Stan Getz.
A presença de Bonfá nos Estados Unidos praticamente desapareceu depois dos anos 60, apesar dele continuar excursionando e compondo e participando de mais de 50 álbuns. Bonfá retornou 15 anos depois, em 1989 com "Non-Stop to Brazil" para a gravadora Chesky.
Em 1991 gravou para a Milestone "The Bonfa Magic" e em 1993 "Moods" para o selo GSP. No final dos anos 90 desenvolveu uma parceria criativa com a emergente cantora brasileira Ithamara Koorax, gravando o álbum "Almost Love".
O compositor e violonista Luiz Bonfá morreu na madrugada do dia 12 de janeiro de 2001, no Rio de Janeiro, aos 78 anos. Bonfá, um dos precursores da bossa nova, estava internado em uma clínica na Barra da Tijuca e foi enterrado no mesmo dia , às 16h30, no Cemitério Jardim da Saudade.
Fonte: http://www.clubedejazz.com.br/jazzb/jazzista_exibir.php?jazzista_id=208

Antonio Maria (*1921 +1964)
BIOGRAFIA:
Antônio Maria Araújo de Morais nasceu no Recife, em 17 de março de 1921, filho de Inocêncio Ferreira de Morais e Diva Araújo de Morais. Junto com os irmãos Rodolfo, Maria das Dores, Consuelo, e inúmeros primos, teve uma infância feliz, conforme se depreende de suas crônicas sobre os bons momentos desfrutados, nessa época, em sua terra natal. Nelas nos conta sobre a mãe carinhosa, os tempos de colégio, as aulas de música, as lições de francês, os mergulhos no rio e os "banhos salgados", as férias na usina Cachoeira Lisa, deixada por seu avô materno, Rodolfo Araújo.
Seu primeiro emprego, aos 17 anos, foi o de apresentador de programas musicais na Rádio Clube Pernambuco. Vencido o primeiro degrau, no ano de 1940, mês de março, vem para o Rio a bordo do Ita "Almirante Jaceguai", "com quatro roupas novas e cinco contos no bolso", para ser locutor esportivo na Rádio Ipanema. A cidade tinha 1.764.411 habitantes. Quase todos cantavam que o passarinho do relógio está maluco, achavam que a Elvira Pagã era uma uva e fingiam não ver , no prédio moderninho do Ministério da Educação e Cultura (MEC) que Carlos Drummond de Andrade e Sérgio Buarque de Holanda (pai do Chico) bancavam os antigos e se estapeavam, óculos quebrados, por causa de um xodó comum. Foi direto do Ita para o apartamento 1.005 do edifício Souza, na Cinelândia, onde passou a morar ao lado de Fernando Lobo e Abelardo Barbosa, o futuro rei dos auditórios Chacrinha, também pernambucanos. Também viviam por lá Dorival Caymmi e o pintor Augusto Rodrigues.
Ficou pouco tempo por aqui — 10 meses — sem ser notado. Passou fome, foi humilhado e preso.
Retornou ao Recife e se casou, em maio de 1944, com Maria Gonçalves Ferreira. Logo muda-se para Fortaleza, tendo ido trabalhar na Rádio Clube do Ceará. Depois de um ano vai para a Bahia como diretor das Emissoras Associadas, tendo ali conhecido e feito amizade com Di Cavalcanti, Dorival Caymmi e Jorge Amado. Chegou a ser candidato a vereador naquela cidade.
Volta ao Rio de Janeiro, em 1947, já com dois filhos, Rita e Antônio Maria Filho, como diretor artístico da Rádio Tupi. Convocado por Assis Chateaubriand foi o primeiro diretor de produção da TV Tupi, inaugurada em 20 de janeiro de 1951, tendo trabalhado também como cronista de O Jornal
Continua em: http://www.letras.com.br/biografia/antonio-maria

ZZFred (28/03/2012)

terça-feira, 6 de março de 2012

A COPA DO MUNDO (2014) NÃO SERÁ NOSSA!

(Texto que circula pela internet cujo teor sugere muita reflexão)

A COPA DO MUNDO (2014) NÃO SERÁ NOSSA!
Frei Betto
Para bem funcionar, um país precisa de regras. Se carece de leis e de quem zele por elas, vale a anarquia. O Brasil possui mais leis que população. Em princípio, nenhuma delas pode contrariar a lei maior – a Constituição. Só em princípio. Na prática, e na Copa, a teoria é outra.
Diante do megaevento da bola, tudo se enrola. A legislação corre o risco de ser escanteada e, se acontecer, empresas associadas à FIFA ficarão isentas de pagar impostos.
A lei da responsabilidade fiscal, que limita o endividamento, será flexibilizada para facilitar as obras destinadas à Copa e às Olimpíadas. Como enfatiza o professor Carlos Vainer, especialista em planejamento urbano, um município poderá se endividar para construir um estádio. Não para efetuar obras de saneamento...
A FIFA é um cassino. Num cassino, muitos jogam, poucos ganham. Quem jamais perde é o dono do cassino. Assim funciona a FIFA, que se interessa mais por lucro que por esporte. Por isso desembarcou no Brasil com a sua tropa de choque para obrigar o governo a esquecer leis e costumes.
A FIFA quer proibir, durante a Copa, a comercialização de qualquer produto num raio de 2 km em torno dos estádios. Excetos mercadorias vendidas pelas empresas associadas a ela. Fica entendido: comércio local, portas fechadas. Camelôs e ambulantes, polícia neles!
Abram alas á FIFA! Cerca de 170 mil pessoas serão removidas de suas moradias para que se construam os estádios. E quem garante que serão devidamente indenizadas?
A FIFA quer o povão longe da Copa. Ele que se contente em acompanhá-la pela TV. Entrar nos estádios será privilégio da elite, dos estrangeiros e dos que tiverem cacife para comprar ingressos em mãos de cambistas. Aliás, boa parte dos ingressos será vendida antecipadamente na Europa.
A FIFA quer impedir o direito à meia-entrada. Estudantes e idosos, fora! E nada de entrar nos estádios com as empadas da vovó ou a merenda dietética recomendada por seu médico. Até água será proibido.
Todos serão revistados na entrada. Só uma empresa de fast food poderá vender seus produtos nos estádios. E a proibição de bebidas alcoólicas nos estádios, que vigora hoje no Brasil, será quebrada em prol da marca de uma cerveja Made in USA.
Comenta o prestigioso jornal Le Monde Diplomatique: “A recepção de um megaevento esportivo como esse autoriza também megaviolação de direitos, megaendividamento público e megairregularidades.”
A FIFA quer, simplesmente, suspender, durante a Copa, a vigência do Estatuto do Torcedor, do Estatuto do Idoso e do Código de Defesa do Consumidor. Todas essas propostas ilegais estão contidas noProjeto de lei 2.330/2011, que se encontra no Congresso. Caso não seja aprovado, o Planalto poderá efetivá-las via medidas provisórias.

Se você fizer uma camiseta com os dizeres “Copa 2014” , cuidado. A FIFA já solicitou ao INPI (Instituto Nacional de Propriedade Industrial) o registro de mais de mil itens, entre os quais o numeral “2014”.

(Não) durmam com um barulho deste: a FIFA quer instituir tribunais de exceção durante a Copa. Sanções relacionadas à venda de produtos, uso de ingressos e publicidade. No projeto de lei acima citado, o artigo 37 permite criar juizados especiais, varas, turmas e câmaras especializadas para causas vinculadas aos eventos. Uma Justiça paralela!

Na África do Sul, foram criados 56 Tribunais Especiais da Copa. O furto de uma máquina fotográfica mereceu 15 anos de prisão! E mais: se houver danos ou prejuízo à FIFA, a culpa e o ônus são da União. Ou seja, o Estado brasileiro passa a ser o fiador da FIFA em seus negócios particulares.

É hora de as torcidas organizadas e os movimentos sociais porem a bola no chão e chutar em gol. Pressionar o Congresso e impedir a aprovação da lei que deixa a legislação brasileira no banco de reservas. Caso contrário, o torcedor brasileiro vai ter que se resignar a torcer pela TV.

Frei Betto é escritor, autor de “A arte de semear estrelas” (Rocco), entre outros livros.

ZZFred, 06 de março de 2012

segunda-feira, 5 de março de 2012

Falar alto ou falar baixo?

Foto em: jungleer.worpress.com

Falta amanhecer no relógio
Daqui a pouco eu vou pra sacada ver o mundo que acorda, dá corda e a corda esticada não deixa parar
A cidade deserta é mais criança que as pessoas aflitas
Elas perderam a paz falando alto, calando ouvidos
Começou a pressa lá embaixo. 

Uma aflição desmedida, dantesca, burlesca e tosca
O verde mata e o vermelho estanca, dizem os semáforos
Prefiro o vermelho
Os carros encheram as ruas e os sacos
Do sétimo andar vejo o caos amanhecendo.
O estridor das buzinas cada dia mais cedo
Sonolento, o morador do terceiro nunca acerta o controle do alarme do automóvel novo do ano passado
Resta rir da vingança modorrenta do preguiçoso
Faço um sorriso horizontal quando o prédio acorda reclamando do moço que não aprende
Os barulhos juntam-se para ficarem mais calmos lá pelas oito
Hora dos importados silenciosos e dos executivos que falam baixo
 


(ZZFred, 05 de março de 2011)




FALAR BAIXO


Aproxima as pessoas para   escutar o que está sendo dito, prestando-se mais atenção nas palavras e  melhor entendimento.  Com Isso a mensagem é assimilada.

Transmite paz.

 Não prejudica o trabalho de outras pessoas que  tratam de assuntos nas proximidades, principalmente ao telefone. 

Melhora o ambiente.       


Não atrapalha trabalhos que requeiram concentração e criatividade.  


 FALAR   ALTO


Afasta as pessoas pois não é necessário ficar próximo para se escutar.  Causa irritação.  As pessoas ficam tensas. Prejudica o entendimento da mensagem.


Aumenta a agressividade.

Prejudica outras pessoas que tratam de assuntos nas proximidades, principalmente ao telefone.


Piora o ambiente.


Não permite a realização de trabalhos que requeiram concentração e criatividade.


A ORIGEM DO  “FALAR ALTO”


A urbanização iniciou-se às margens dos rios. Ali  foram construídas as primeiras moradias aproveitando-se os mananciais que proporcionavam água potável e onde as lavadeiras exerciam seu ofício.
Para se comunicar, devido a distância que ficavam umas das outras e ao barulho dos rios, eram obrigadas a elevar o tom de suas conversas para fazerem-se ouvidas.  Com a interiorização e a modernidade as pessoas ficaram mais próximas, não havendo mais necessidade de se comunicarem “aos gritos”.

ZZFred, 23 de maio de 2003