terça-feira, 30 de agosto de 2011

Infames da minha modesta e infeliz imaginação.



seguindoadiante.blogspot.com




"No verão, dias melhores virão" 
(Quem sofreu com essa foi minha amiga Cris.  Coitada...)


Fred, 30/08/2011

Reflexão de hoje (Hermann Hesse)


Hermann Hesse
Em atimosotimos.blogspot.com
"Nada posso lhe dar que já não exista em você mesmo. Não posso abrir-lhe outro mundo de imagens, além daquele que há em sua própria alma. Nada posso lhe dar a não ser a oportunidade, o impulso, a chave. Eu o ajudarei a tornar visível seu próprio mundo e isso é tudo" (Hermann Hesse)

Fred, 30/08/2011

sábado, 27 de agosto de 2011

Fruto da mata

Em teresasurita.com
Um minúsculo cômodo no casebre  da pequena vila de um grande país ao norte do Brasil.  
Sim, era um país de pouca gente e muito verde.
Sentado na velha poltrona esburacada e coberta por mantas coloridas, um menino sonhador olhando na velha televisão a cerimônia do sorteio das chaves do mundial de futebol de 2014. 
Tudo acontecendo num belo e rico país do sul do Brasil, de tanta gente bonita. 
Pobre garoto, ele não sabe da maquiagem dos artistas de plástico descartável e dos sorrisos de hienas insaciáveis.
Ele nem conhece hiena.  
Onça, sim. 
Aquele gato grande que aparece para atazanar o galinheiro e a criação. 
Nos seus olhos, apenas, o brilho da infância  e um sorriso de anjo.  
Só quem vive no paraíso sorri assim.  
Na  cabeça inocente viajavam fantasias alucinadas.
Chutar bola, é isso, vou fazer igualzinho. 
É fácil.  
O vento mudou, o rio fez silêncio e os pássaros se calaram enquanto o menino sonhava.
Naquele dia choveu pouco para tanto chão.


Fred, 27/08/2011






sexta-feira, 26 de agosto de 2011

"Preciosidade" de hoje sobre a Usina de Belo Monte

Deu há pouco no Jornal Nacional.
Um cidadão de Altamira que vai construir um hotel para abrigar a demanda que vai se instalar na cidade, saiu com essa: "A Usina foi o empurrãozinho que precisava para fazer a nossa locomotiva decolar "

Empurrar locomotiva já é difícil.  Imagine, então, fazê-la decolar.  
É duro, viu?!

Fred, 26/08/2011

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

A origem do termo "Bossa Nova"


Foto em: malu-azevedo.blogspot.com

Compilado de Jornalismo e Linguagem


Bossa Nova



O Nome

O termo "bossa", originalmente, é um galicismo. No sentido literal, significa a corcova dos camelos; inchaço.
No Rio de Janeiro, passou a ser utilizado para designar o talento especial de uma pessoa a fazer algo. Nesse segundo sentido, aparece no samba “Coisas Nossas”, de Noel Rosa, que diz “O samba, a prontidão e outras bossas/ São nossas coisas, são coisas nossas”.
A partir da década de 1940, foi utilizado para designar os sambas que havia uma parada repentina na música, em que eram encaixadas frases faladas. Surgiu, então, o termo "cheio de bossa", usado para designar alguém que diz algo ou toma uma atitude inesperados.
A incorporação do termo "nova" a "bossa" é atribuida ao jornalista Sérgio Porto, conhecido como Stanislaw Ponte Preta. Segundo ele, um engraxate, ao olhar seus sapatos sem cadarço, disse: “Bossa nova, hein, chefe?”. A partir de então, ele passou a utilizar a expressão em seus textos.
No meio musical, a primeira vez que se falou em “Bossa Nova” foi em 1959. Naquele ano, os bossanovistas fariam uma apresentação no Clube Universitário Hebraico Brasileiro, nas Laranjeiras. O estudante Moisés Fulks, que organizava o espetáculo, anunciou, em um quadro negro, que a atração daquele dia seria: “João Gilberto, Sylvia Teles e um grupo bossa nova apresentando sambas modernos”. Os freqüentadores do clube perguntavam aos músicos, enquanto esses chegavam: “Vocês é que são os bossa nova?”. A partir de então o nome começou a ser adotado.

Por Vinícius

"O que é bossa nova?
Bossa nova é mais Greenwich Village do que 52nd Street, é mais uma chuva fina olhada através da janela de um modesto hotel da 46th Street do que um rubro poente sobre a ilha de Manhattan, visto do Empire State Building. Bossa nova – para citar esse grande new yorker que foi o poeta Jayme Ovalle –, é mais a namorada que abre a luz do quarto para dizer que está, mas não vem, que a loura bonita num casaco de mink que se leva para dançar no El Moroco.
Bossa nova é mais a estrela da tarde quando brilha sozinha no crepúsculo, entre dois arranha-céus, que todo um céu constelado entrevisto de um alto terraço em Hyde Park. Bossa nova é mais uma moça triste atravessando a Broadway quando já se apagam suas luzes que o Great Highway tumultuado em que todas as raças se cruzam e todas as impiedades são permitidas.
Bossa nova é mais a solidão de uma rua de Ipanema que a agitação comercial de Copacabana. Bossa nova é mais um olhar que um beijo; mais uma ternura que uma paixão; mais um recado que uma mensagem. Bossa nova é o canto puro e solitário de João Gilberto eternamente trancado em seu apartamento, buscando uma harmonia cada vez mais extremada e simples nas cordas do seu violão e uma emissão cada vez mais perfeita para os sons e palavras de sua canção. Bossa nova é também o sofrimento de muitos jovens, do mundo inteiro, buscando na tranqüilidade da música não a fuga e alienação aos problemas do seu tempo, mas a maneira mais harmoniosa de configurá-los. Bossa nova é a nova inteligência, o novo ritmo, a nova sensibilidade, o novo segredo da mocidade do Brasil: mocidade traída por seus mais velhos, pais e educadores, que lhe quiseram impor os próprios padrões, gastos e inaceitáveis. Bossa nova foi a resposta simples e indevassável desses jovens a seus pais e mestres: uma estrutura simples de sons super-requintados de palavras em que ninguém acreditava mais, a dizerem que o amor dói mas existe; que é melhor crer do que ser cético; que por pior que sejam as noites, há sempre uma madrugada depois delas e que a esperança é um bem gratuito: há apenas que não se acovardar para poder merecê-lo."

Vinícius de Moraes, janeiro de 1965 
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ZZFred, 24/08/2011

domingo, 14 de agosto de 2011

Cliente não é "alvo"

(Fragmento do livro Álcool Ajuda ou Autoajuda - Fred Explica - 1999)
Nota: Os textos postados neste blog não obedecem a nenhuma ordem cronológica.


[A intenção da postagem é de, apenas, mostrar o que ia na cabeça do autor na época.  Se utopias existem, a intenção foi a melhor possível;  sem mergulhar na complexidade da macro-economia]
(...)
Foto em: es.gov.br 

Antes da internação eu tinha fechado as portas de uma pequena empresa de material elétrico que ajudava sustentar a família e que funcionou por três anos.
Ela se tornou inviável pela conjuntura econômica da época e muito, também, pela rebeldia de não engolir as coisas como são apresentadas pelos ditadores da área econômica.
O estilo de comercializar que era adotado priorizava a ética no trato com a clientela e um caso verídico, por incrível que possa parecer - e não devia - aconteceu na loja em uma ocasião.
Um cliente, senhor de idade avançada, demonstrando a humildade própria da sabedoria adquirida em sofrimentos acumulados, abordou o balconista e solicitou 20 lâmpadas de 40 Watts.
Prontamente atendido; lâmpadas testadas e embaladas,  foi dado o valor a pagar.
- Lampadazinhas caras, em moço?! - Disse o senhor enquanto juntava  dinheiro para o pagamento.
Eu, que observava à distância, aguardei a saída do cliente para perguntar ao vendedor sobre o fato.
Nossa chefe! Foram vendidas lâmpadas incandescentes no preço das fluorescentes!
Aflito, juntei o excedente, produto do lamentável equívoco, saí apressado pelas ruas do bairro à procura da vítima, perguntando por aqui e por ali.
Depois de alguns quarteirões avistei o velho andando cabisbaixo e vagarosamente.
- Senhor, exclamei já ofegante pela corrida e pelo calor escaldante do verão - desculpe o nosso erro - meu funcionário, distraído, cometeu um engano no valor da compra que o senhor acabou de fazer em minha loja.
O que aconteceu? Por acaso ainda fiquei devendo? Ironizou, com fogo nos olhos.
Não, amigo, estou aqui para devolver o que foi pago a maior.
Espantado observou: ainda existe gente assim hoje em dia?
Feita a devolução, que era volumosa para o bolso daquele cidadão, observamos duas figuras em duas situações distintas - o velho sorrindo, cabeça erguida de esperança retomando seu caminho e, o outro, voltando para o trabalho com a sensação do dever cumprido.
Acreditem ou não, esse pequeno fato teve grande repercussão nas redondezas e os negócios da loja cresceram em decorrência da  divulgação boca a boca.
Planos de Saúde, médicos, engenheiros, pedreiros, veterinários, cartões de crédito, empresas que utilizam os famigerados contratos por adesão, senhor presidente, senhores governadores, senhores prefeitos, legisladores, profissionais liberais, comerciantes, industriais, afinal a quem possa interessar, vamos repensar nossas ações e tentar melhorar o capitalismo desumano, inspirados nessa narrativa?
Com o advento do Procon, que veio cumprir as funções de proteção ao consumidor, instalou-se uma relação de confronto entre as partes e, esse órgão, já se mostra incapaz de resolver as questões em função do acúmulo de processos emperrados nas prateleiras.
As empresas vivem imaginando como levar vantagem sobre o pobre do consumidor, abrindo mão de qualquer conceito de ética em nome do lucro.
O público alvo perdeu a idéia de meta para ser, como num estande de treinamento, aquela figura que se tem de atingir, com balas ou setas, bem no meio ou, quanto mais no centro, melhor. 
Não estaria, também, na hora de repensar a volta dos atacadistas que exerciam as funções de distribuição e filtragem de produtos? (As mercadorias defeituosas eram devolvidas aos fabricantes).
Como vantagem adicional o mercado de trabalho ganharia incremento considerável de novas vagas. Poderiam criar uma lei que regulamentasse a proibição de vender diretamente da fábrica ao consumidor, punindo severamente qualquer artifício que atentasse contra o processo, como lojas em nome de parentes ou procedimentos que evidenciassem o aparecimento dos conhecidos laranjas.
Exercer, concomitantemente, atacado e varejo é outra excrescência que prejudica os pequenos comerciantes.   
- Organizar a economia, isso, sim, é competência do Estado!
E não me venham com essa: coitado, mais um sonhador. Estamos em plena era da globalização (ou bobalização?) e aparece um Dom Quixote com idéia estapafúrdia.
A mudança dá lucro, experimentem e verão.
(...)
Fred, 14/08/2011

terça-feira, 9 de agosto de 2011

Frases de Carlito Maia "in memoriam"

Observação: não sou atrelado a nenhum partido político e nem a ideologias.  Prefiro a liberdade. (Fred)



"- O PT não é do Lula, o Lula é do PT.

- São Paulo separa os amigos e junta os inimigos.

- Amo São Paulo com todo ódio.

- Não pode haver democracia onde os democratas são minoria.

- Evite acidentes, faça tudo de propósito.

- Brasil? Fraude explica!

- Homem está em falta, machão tem a dar com pau.

- Vim ao mundo a passeio, não em viagem de negócios.

- Se o PT não existisse, eu o inventaria.

- O PT está dividido entre xiitas e chaatos.

- A esquerda, quando começa a contar dinheiro, vira direita.

- Poderia chamar-se Vanity Fairnando Henrique, o egonomista.

- Collorido pela própria natureza, o tucano é aquele que tem vergonha de ser PFL e não tem coragem de ser petista.

- Acordem e Progresso!

- Deixei de usar gravata porque sentia um nó na garganta.

- Uma vida não é nada. Com coragem, pode ser muito.

- O PT é composto por seres humanos, com todos os defeitos e virtudes: xiitas e xaatos, xiiques e xuucros, xaaropes e xeeretas.

- Pela privatização da privada pública! Ou pela estatização da privada!

- PT, estrela vermelha, astral azul, a luz no fim do túnel, Puta Tesão!

- A verdade deve ter escravos e não donos.

- Nós não precisamos de muita coisa. Só precisamos uns dos outros."

sábado, 6 de agosto de 2011

Como tudo começou

(Fragmento do livro Álcool Ajuda ou Autoajuda - Fred Explica - 1999)
Nota: Os textos postados neste blog não obedecem a nenhuma ordem cronológica.

(O vídeo abaixo foi postado no YouTube por http://www.youtube.com/user/lazzinho  ele mostra Lavras-MG em 1947)

(...)
- Se vocês quiserem salvar a vida desse menino é melhor leva-lo para Belo Horizonte – disse o médico aos meus pais.

Em 1953 eu tinha quatro anos. Sofria de alguma coisa que os médicos de Lavras esgotaram os recursos que dispunham na época tentando descobrir o que era para tentar a cura.
Meu pai, funcionário público, lotado no Fomento Agrícola de MInas Gerais, tinha salário modesto. Mesmo assim resolveram, ele e minha mãe, mudarem-se para a capital.
Rua Espírito Santo número 2.268-A, bairro Santo Antônio, o nosso primeiro endereço.
A letra depois do número aguçaria, mais tarde, a minha curiosidade infantil.
Contaram que colocavam letras depois do número quando havia no mesmo local mais de uma moradia; o que era o caso.
Morávamos no porão.
Assim era chamada a residência que ficava abaixo do nível da rua.
Entretanto, possuía quatro quartos, uma cozinha enorme com um balcão no meio, dependência de empregada completa e o quintal era dividido com os moradores de cima por uma cerca de arame.
Por indicação dos médicos de Lavras meus pais procuraram o Doutor Berardo Nunam.
De cara, mandou que suspendessem toda medicação.
Grande notícia! Eu detestava as injeções e não agüentava mais o barulhinho da seringa de vidro que todos os dias era fervida para assepsia.
- Esse menino está intoxicado, ele é alérgico a sulfa. Horácio, onde vocês moram? – perguntou o médico.
- Na rua Espírito Santo, em frente ao Minas Tênis.
- O remédio dele está ali. Como o preço da cota está pela hora da morte, inscreva-o como sócio remido que ele poderá freqüentar o clube e desfrutar dos esportes que oferecem – em breve estará curado.
Dito e feito.
Logo a doença foi para o espaço, junto com o sofrimento que até hoje tenho na mente apesar do tempo que passou. Estava livre do tormento diário das injeções e fazendo o que toda criança gosta: brincar, nadar e jogar futebol.
E assim foi até adquirir idade para estudar no Grupo Escolar Afonso Pena até o quarto ano do curso primário.
Depois disso nos mudamos para o centro da cidade e matricularam-me no Colégio Santo Agostinho.
Meu pai dava aulas na AEC para completar o orçamento doméstico e havia um convênio que permitia bolsa de estudos para os filhos de professores.
O Santo Agostinho, muito conceituado, mensalidades de custo proibitivo e, não fosse a benesse da gratuidade, dificilmente eu teria condições de estudar ali.
Não podia ser reprovado. A bolsa seria cancelada, e aí...
Mesmo nesse quadro, eu tinha um pé na escola e outro na rua como todo adolescente.
O ambiente formou a base do cidadão que se atreve às memórias que seguirão sem a pretensão de uma autobiografia, tentando mostrar através de casos pitorescos e pontos de vista de época, o desenrolar de meio centenário numa sociedade conturbada  pela ditadura e depois, pelo que saiu do liquidificador.

(...)
ZZFred, 06/08/2011