segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Frase do dia


"A diferença entre o possível e o impossível está na vontade humana." (Louis Pasteur)
Fred, 28/02/2011

sábado, 26 de fevereiro de 2011

Alteritário e não, autoritário.



Copiado de http://marcoaureliorocha5.blogspot.com/2011/02/alteridade-e-reforco-positivo.html em 26/02/2011
Fonte da foto: oficinadossentimentos.com.br


Alteridade e Reforço Positivo 

A educadora Ermance Dufaux nos esclarece que alteridade é: “O estabelecimento de uma relação de paz com os diferentes. A capacidade de conviver bem com a diferença da qual o outro é portador”. (...)




ATENÇÃO! MUITO IMPORTANTE:

Em sintonia com o estilo de liderança que foca “o pessoal” e “o resultado da empresa”, dou a sugestão de adotar um dos discursos abaixo na comunicação com seus liderados. É preciso que os discursos sejam sinceros. Alguns exemplos: 
“O que espero de vocês é que sejam produtivos e que bem se relacionem. Pois, se forem produtivos, mas não se relacionarem bem, a nossa convivência no trabalho não faz sentido”.
Ou, “O que espero de vocês é que sejam produtivos e que sejamos todos amigos. Pois, se forem produtivos, mas se não formos amigos, a nossa convivência no trabalho não faz sentido”.


Ou,“O que espero de vocês é que sejam produtivos e que a afetividade faça parte do nosso grupo. Pois, se forem produtivos, mas não se relacionarem bem, a nossa convivência no trabalho não faz sentido”.



Obs: Qualquer que seja o discurso a ser adotado ele precisa exalar verdade. Isto é, jamais o discurso deve ser apenas da “boca prá fora”. 

Atenção: Além de colocar seu coração enquanto fala a frase acima, é preciso procurar vivenciar no dia-a-dia a mensagem que está passando ao seu pessoal. Pois, de que valerá falar sobre a importância do relacionamento se o líder não se relacionar bem com o seu pessoal? De que valerá ditar normas de conduta se o líder não for um exemplo de boa conduta? 

REFORÇO POSITIVO, IMPORTANTE TÉCNICA PARA EXERCITARMOS A ALTERIDADE

O fato de vivenciarmos a alteridade implica em sermos educadores. Pois todo bom educador é alteritário. Portanto, a forma mais produtiva da convivência em grupo, é nos considerarmos educadores. 
Já é patente que todo bom líder é um educador e que todos bons pais são educadores. No entanto, mesmo que ainda não sejamos líderes ou pais, é importante também agirmos como educadores. Pois ser educador não tem a ver com cargo ou função. Ser educador é escolha pessoal. E assim posicionando-nos, nos colocamos como parte integrante e proativa do desenvolvimento dos grupos dos quais fazemos parte, vivenciando a alteridade.
Mas, o que é um educador?
A resposta popular é que educador é o ser que tem por função educar as pessoas. E este é o grande erro conceitual, já bem esclarecido pela moderna pedagogia. 
O educador, que merece essa denominação, sabe que educar não é sua função. Ele tem consciência de que não é ele que “educa”. Sabe que cabe a si a importante função de criar ambiente favorável para a própria pessoa se auto-educar. Por exemplo, um professor não educa seus alunos. Sua única função possível é estimularem-nos a se auto-educarem. 
Para melhor entendermos a função de um educador, pense num hábil jardineiro. Ele aduba o jardim, planeja os canteiros, revolve a terra e, por fim, planta as sementes no solo. Se o adubo é bom, se o planejamento foi bem feito e se a terra foi bem preparada e irrigada, surgirá um belo canteiro, onde lindas e cheirosas flores irão encantar o ambiente. O educador é o jardineiro. O educando é a semente. 
Não há jardineiro no mundo que consiga o milagre de fazer a semente desabrochar. Esta função é da própria semente. Somente ela traz potencialmente essa condição. Mas o jardineiro pode, conforme vimos, criar o ambiente ideal para ela – por si mesma - desabrochar. 
Não há líder, pais, ou pessoa no mundo que faça um ser humano crescer interiormente. Esta função é da própria pessoa. Mas o educador pode criar o ambiente ideal para o ser, por si mesmo, se auto-educar ou se auto-motivar (é importante sabermos que também ninguém motiva alguém, é a própria pessoa que se auto-motiva). Conscientes dessa realidade, podemos “sentir” o valor do reforço positivo na convivência com o próximo. O reforço positivo é o preparo do solo do jardim da alteridade. 
A dose certa de reforço positivo.
Se o jardineiro colocar muito adubo e irrigar além do necessário, a semente tende a apodrecer-se. Da mesma forma, o reforço positivo precisa ser usado na dose certa, nem pouco, nem muito. O líder que elogia todos os dias seus liderados, consegue menos resultados do que aquele que elogia esporadicamente, pois neste caso o reforço passa a ter mais peso e valor.
Direitos e deveres.
O líder e o educador tem direitos e... deveres. E sobre esta questão reflitamos sobre a frase que ouvi de um dos participantes de meus treinamentos: Quem tem o direito de criticar, tem o dever de elogiar. 
É comum líder e educador (que neste caso não merecem estes nomes) utilizarem-se do seu direito, mas não do seu dever. Já ouvi pessoas dizerem: “Meu chefe enxerga todos os meus erros, mas não vê meus acertos”. 
E há chefes que em vez de aplicarem o reforço positivo, fazem o oposto: aplicam o reforço negativo. Isto é, quando o funcionário faz algo bem feito ele diz: “Você não fez mais do que sua obrigação. Você é pago para isto.”
Não nos esqueçamos de que o fato de aplicarmos o reforço positivo (nosso dever), não pode anular nossa crítica (nosso direito). É fundamental que saibamos que reforçar o positivo não necessariamente significa deixar de dizer onde a pessoa está errando. A crítica construtiva, a crítica bem feita, sempre é bem vinda. Reforçar o positivo significa dar ênfase principalmente aos acertos, mas, se para maior eficácia no resultado ser necessário apontar os erros, isto deverá ser feito. 
A melhor forma de criticar alguém.
Nenhuma pessoa gosta de ser criticada. Repare que logo após a crítica, vem uma justificativa do interlocutor. E quem justifica, explica, mas não resolve. Uma técnica bem adequada para criticar, é a denominada “PNP” (Positivo/Negativo/Positivo), isto é, ao necessitar criticar construtivamente alguém: comece e termine dizendo coisas positivas; coloque a crítica entre as coisas positivas. A seguir, um exemplo: 
Primeira parte: reforçando o positivo.
“Você trabalha nesta empresa há dez anos, e sempre demonstrou ser um profissional altamente competente. Me lembro do seu projeto para diminuir os custos do seu setor o quanto foi útil para nossa empresa. Lembro-me também quando há dois anos você melhorou o lay out da casa das máquinas, o que gerou melhor produtividade”.
Segunda parte: a crítica.
Após o comentário anterior, o interlocutor abre a janela da mente, pois todo mundo gosta de ser elogiado. Quando você perceber que a janela da mente está bem aberta, coloque a crítica, com o peso que ela deve ter. Algo assim:
“Só que desta vez você cometeu um erro primário. Você mudou a função do seu principal funcionário sem dialogar com ele. O seu proceder está gerando sérios problemas no ambiente interno e a produtividade do seu grupo caiu assustadoramente”.
Obs.: A crítica precisa ser completa, mas rápida. Pois a medida que você critica, o interlocutor vai fechando a janela da mente, querendo justificar-se. No entanto, antes dele justificar-se, você entra na terceira parte, a seguir.
Terceira parte: reforçando o positivo.
Nesta parte você conclui, dizendo: “Mas eu sei da sua inteligência. Tenho consciência de sua competência. Você conseguirá dar volta por cima. Veja que atitude você julga ser melhor adotar, para voltar ao bom ambiente interno que você sempre primou”.
Atenção: A técnica “PNP” só funciona se você tiver o hábito de utilizar-se rotineiramente do reforço positivo (obviamente na dose certa, sem exagero). Se você não tiver o hábito de utilizar-se do reforço positivo, isto é, se você elogiar apenas quando quer criticar, a técnica não funciona. Pois, quando você começar a primeira parte da “PNP” o interlocutor não irá abrir a mente, e pensará: “lá vem crítica!”.
Líder, o caçador de acertos.
A Talent é uma agência de propaganda que criou frases memoráveis como “Não é nenhuma Brastemp”, “A diferença é que o Estadão funciona”, “Bonita camisa, Fernandinho”, dentre outras. À frente dessa agência há um líder especial, Júlio Ribeiro. É imensa sua capacidade de criar um ambiente interno altamente favorável. No seu livro Fazer Acontecer, Editora Cultura, Júlio Ribeiro nos diz que todo líder precisa ser um caçador de acertos. Leia seu recado: “Não se esqueça de ser sempre um caçador de acertos, não de erros. É tolice apontar constantemente os erros da equipe, esperando que com isso ela não erre mais. É melhor estimular os acertos, para que o grupo fique desejoso de acertar sempre. Uma equipe assustada, em vez de tentar fazer o que é o melhor para resolver os problemas da empresa, passa a tentar adivinhar aquilo que o cliente quer. Quando a equipe sabe que o seu trabalho é apreciado, passa a trabalhar bem, por simples satisfação pessoal. É quando fica até a madrugada para tentar uma solução melhor; é quando negocia uma vez mais um plano de mídia para conseguir condições que nem o cliente esperava; é quando fica alegre por alguém ter gostado do trabalho criativo”.
Um mestre no uso de palavras positivas.
O dentista Dr. Tom Mcdougal é um mestre no uso de palavras positivas. Ele diz: “mudança de horário” em vez de “cancelamento”; “sala de recepção” em vez de “sala de espera”; “combinar o tratamento” em vez de “pagar”; “esvaziar a boca” em vez de “cuspir”; “preparar o dente” em vez de “passar o motor”; “pequena picada” em vez de “injeção”; “sentirá um certo desconforto” em vez de “sentirá dor”.
Muitas vezes não nos preocupamos em escolher as palavras certas na conversa com o próximo. E colocar a palavra certa é fundamental, pois só assim poderemos nos ver como educadores e comunicadores. Imagine um pai que, querendo que o filho tenha melhor redação, diz a ele: “Você já estudou onze anos para escrever esta porcaria?! No meu tempo eu trabalhava e estudava, você só estuda e nem sabe escrever!!!” 
Será que este pai comunicou-se com o filho? Não. Este pai desabafou! E desabafo não é comunicação. É verdade que nenhum ser humano consegue ter controle emocional em 100% do seu tempo. Assim, é normal errarmos na comunicação em 10 dias por ano. É normal de vez em quando desabafarmos, em vez de comunicarmo-nos. Mas não podemos errar em 350 dias do ano!
Se quisermos ser comunicadores e educadores, precisamos ter especial cuidado na escolha das palavras que saem de nossa boca.


(texto completo no endereço acima)

Fred, 26/02/2011

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Frase do dia

“É melhor perder um minuto organizando do que uma hora procurando.” Fred - l.994


ZZFred, 24/02/2011

Apenas reflexões

Lá vou eu falar, outra vez, do "país novo rico".

O problema é o aumento na demanda de bens e serviços e a consequente queda da qualidade no atendimento ao público.
O funcionário trabalha com má vontade porque acha que ganha pouco e o patrão não melhora o seu salário porque acha que ele trabalha com má vontade.
Quem conseguir resolver o impasse fará a diferença.
Além de ganhar dinheiro, o ser humano gosta de se sentir importante no que faz.
Motivação é palavra de ordem.
Oferecer cursos é muito bom.  
Mais importante, ainda, é quem paga salário faze-los, também.
O que se vê de profissionais liberais ruins de relações públicas não está no gibi.
Sem cair no perigo de generalizar, alguns passam, sem perceber, a impressão de que o cliente ou a sua atividade profissional estão ali para perturbar a sua vida. 
Trabalham por obrigação e não pela vontade de servir.
Uma desorganização absurda com o crescimento da clientela.  
Excelentes médicos, dentistas, veterinários, engenheiros e outros muitos, perdendo-se nas agendas de secretárias estressadas.
O comércio lojista está no mesmo barco e com problemas, até, mais complicados.
Costumo dizer que é melhor perder um minuto organizando do que uma hora procurando.
Como organizar é a grande questão.
Para começar a pensar no assunto é necessário definir metas e descobrir a  sua capacidade gerencial de expansão ou, o limite de saturação dessa capacidade. 
Aumentar faturamento sem reciclar é cavar a própria cova.
Às vezes uma simples mudança das rotinas administrativas resolve parte do gargalo.
Como a questão varia de acordo com o ramo de atividade, seria impossível e pretensioso  sugerir em pouco espaço como fazer.
A experiência conta muito, mas, o preparo acadêmico facilita demais.
Permitindo espasmos de ociosidade, é importante trabalhar pouco e produzir muito.
Desanexar o cidadão do profissional quando ele está no exercício da suas funções.  
É quase uma auto-hipnose que parece difícil, mas não é.  
Requer vontade, dedicação e treinamento.
Acreditar mesmo, que ao se deixar longe as inquietações, ou no lugar que aconteceram,  e mergulhar no trabalho, os resultados aparecerão e que isso não é, também e meramente, uma necessidade imposta pela vida. 
Arriscaria dizer que tal atitude define empresas e pessoas vitoriosas.
O trabalho não é mais importante que o indivíduo e, sim, o principal pilar de sustentação dos seus desejos ou, a fonte dos seus sonhos.
Há que se desmistificar coisas do inconsciente.
O sucesso é fruto da proatividade, da coragem, do planejamento e da crença responsável na intuição não confundindo-a, nunca, com um simples "palpite".

Esses preceitos não mudam.

Fred, 24/02/2011

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Frase do dia



“O único progresso verdadeiro é o progresso moral. O resto é ter mais ou menos bens.” José Saramago (73), Escritor português autor de “Ensaio sobre a Cegueira”.

Fred 22/02/2011

Roubar

A parasita pode ser bela enquanto existir esperança.
 (Foto de Ivany Cimaglia, tão rara quanto as orquídeas)
Tomar posse do que não é seu, é a definição.
Umas questões, às vezes,  são imperceptíveis. 
Debitam-se-lhes a falta de tempo para pensar  naquilo que se faz por hábito, sem se preocupar com quem e, o que, vem depois.  
Quando o indivíduo fura a fila ele está roubando o direito de quem chegou primeiro.  
Numa vaga, estacionando seu carro em lugar que caberia dois veículos só para ficar mais fácil a saída, ele está invadindo espaço ou melhor, roubando. 
Ele buzina à frente de uma casa para alertar sua chegada. 
Nisso, os vizinhos saem à porta ou vão até a janela para conferir se é algum conhecido ou familiar "dizendo" que chegou.  
O pior é quando, além de perturbar a tranqüilidade dos outros ao buzinar, ainda sai do carro e vai até a entrada, anunciando sua presença aos berros, acionando  a campainha, o interfone e, até, o celular. 
Esses roubam o sossego dos outros.
Um funcionário público usando o telefone da repartição para futilidades está subtraindo recursos que, lá na outra ponta, dariam para comprar medicamentos para a população necessitada.  Esse é pior. Ele mata. Sem saber, mas, mata!
Imaginem um cidadão carente que faz controle de pressão alta ou diabetes tendo de voltar para casa sem o remédio indispensável à sua sobrevivência.  
Ele vai morrer na fila ou no caminho de volta.
Por essas e outras, rouba a minha paciência o mandatário que se locupleta do erário público.  Esse, coitado, na outra vida vai se haver com uma multidão de seres magoados que haverão de esperá-lo para mostrar o resultado do egoísmo que é a manifestação que mais aproxima o indivíduo dos animais. Arriscaria dizer que podemos medir o grau de evolução espiritual de uma pessoa observando isso.  
Quanto menos egoísta, mais evoluído.
Criaturas muito ligadas aos instintos de sobrevivência e preservação da espécie agem assim.  Imaginam que as suas prioridades estão à frente dos demais.
Acham-se melhores e que os seus assuntos devem prevalecer. 
Esses pobres de espírito são como parasitas num jardim de belas flores ou num canteiro de hortaliças. 
Se não forem extirpadas prevalecerão e acabarão com a beleza e o pior, com o alimento.
Eles estão por aí em todo setor de atividade, no que é chamado, também, de "meus interesses". (ZZFred)


"O egoísmo, esta chaga da Humanidade, deve desaparecer da Terra, cujo progresso moral retarda; ao Espiritismo está reservada a tarefa de fazê-la subir na hierarquia dos mundos. O egoísmo é, pois, o objetivo para o qual todos os verdadeiros crentes devem dirigir suas armas, suas forças e sua coragem; digo coragem porque é preciso mais coragem para vencer a si mesmo do que para vencer os outros. Que cada um, pois, coloque todos os seus cuidados para combatê-lo em si, porque esse monstro devorador de todas as inteligências, esse filho do orgulho, é a fonte de todas as misérias deste mundo. É negação da caridade e, por conseguinte, o maior obstáculo à felicidade dos homens.

Jesus vos deu o exemplo de caridade e, Pôncio Pilatos, o do egoísmo; porque enquanto o Justo vai percorrer as santas estações do seu martírio, Pilatos lava as mãos dizendo: Que me importa! Ele disse aos judeus: Este homem é justo, por que quereis crucificá-lo?e, entretanto, deixa que o conduzam ao suplício.

É a esse antagonismo da caridade e do egoísmo, à invasão dessa lepra do coração humano, que o Cristianismo deve não ter cumprido ainda toda a sua missão. É a vós, apóstolos novos da fé e que os Espíritos Superiores esclarecem, a quem incumbe a tarefa e o dever de extirpar esse mal, para dar ao Cristianismo toda a sua força e limpar o caminhos das sarças que lhe entravam a marcha. Extirpai o egoísmo da Terra, para que ela possa gravitar na escala dos mundos, porque já é tempo de a Humanidade vestir o seu traje viril e, para isso, é preciso primeiro extirpá-lo do vosso coração. (Evangelho Segundo o Espiritismo.Cap.XI-11)"


Fred, 22 de fevereiro de 2011









sábado, 19 de fevereiro de 2011

Reflexão de hoje



“Olhe cada caminho com cuidado e atenção. Tente-o tantas vezes quantas julgar necessárias.  Então faça a si mesmo uma pergunta: possui este caminho um coração?  Em caso afirmativo, o caminho é bom.  Caso contrário, esse caminho não tem nenhuma importância”- Carlos Castañeda (69) antropólogo e escritor sul americano, autor de  A ERVA DO DIABO.

Fred 19/02/2011

Ajudar



(Fragmento do livro Álcool Ajuda ou Autoajuda - Fred Explica - 1999)
Nota: Os textos postados neste blog não obedecem a nenhuma ordem cronológica.
(...)
"Olha, completaria, quando você coloca a bebida como pré-requisito para alguma coisa você deve ficar preocupado, pois eu estava bebendo para fazer qualquer negócio e - se você bebe para, pára! ..."





Sempre era levado a pensar nos preconceitos sociais.
Quantas vezes eu mesmo, em roda de amigos, fazia observações do tipo:
"Fulano depois de se tornar crente (todas as religiões entravam na história) acha que é superior e, no entanto, não passa de um fanático. 
Isso é lavagem cerebral.
Depois de aprontar todas, ele agora dá uma de santo." 

Tendo um pouco da luz do conhecimento espírita, essas lembranças preocupavam. 
Tinha plano de ajudar amigos ou quem precisasse, passando um pouco de esperança. 
Queria dizer com todas as letras: existe muita coisa além da cachaça! 
Montei um esquema na cabeça. 
Voltaria aos bares que freqüentava, pediria um 
refrigerante e aguardaria a pergunta óbvia: 
- Você parou mesmo de beber? 
Responderia simplesmente que sim e aguardaria 

desenrolar a conversa. 
Certamente perguntariam qual o método que houvera utilizado e eu começaria com muito cuidado o seguinte argumento: 
- Vocês bebem socialmente, não se preocupem! 
Haveriam de perceber o sarcasmo e negar a minha afirmação. 
- Que socialmente que nada, responderiam na certa.
Eu conhecia o pessoal.
Aí resumiria a história da internação e chegaria na mensagem: 
"Não queria dar uma de pregador religioso e nem de um militante dos Alcoólicos Anônimos (essa maravilhosa instituição que tanto tem feito na mesma direção), acontece que a bebida foi me pegando devagar. Não conseguia me imaginar em uma pescaria, num jogo de cartas ou no Mineirão sem tomar uma. Festa de criança então, naquela algazarra toda hein?...(Haveria de brincar nessa hora).
Olha, completaria, quando você coloca a bebida como pré-requisito para alguma coisa você deve ficar preocupado, pois eu estava bebendo para fazer qualquer negócio e - se você bebe para, pára!"
Pronto, a semente estaria lançada e, quem quisesse apoio que me procurasse.
No mínimo ficaria como a estória do beija-flor apagando incêndio gota a gota.
Mas, alcoólatra tem cada uma!
Quando comentei com o Ligeirinho a intenção e a estratégia que usaria, saiu com essas preciosidades: 
"Amigo, mais do que comer os frutos, você tem o prazer de criar, de plantar e ver crescer.
Ver pessoas desfrutando seu pomar. 
Quando disse que plantava milhos em seu quintal, não lhe preocupava o trabalho da capina e da preparação das covas. 
Você fazia uma a uma com cuidados de escultor. 
Suas mãos se feriam no trabalho, mas você o fazia querendo distribuir a colheita - as belas espigas.
Você não gostava tanto de milho verde assim.
Que prazer sentia ao ver crescer o milharal, enchendo o quintal de exuberante verde ou, então, quando seus filhos e sua esposa colhiam o fruto de seu trabalho. 
Você é uma pessoa especial. 
Sua vaidade é dirigida ao seu próximo. 
Sua felicidade é a felicidade de seu próximo. 
A grande oportunidade de recomeçar agora lhe é colocada à frente e, com essa intenção, com certeza chegará ao grande final. 
Dentro de pouco tempo estará cercado de pessoas que agradecerão tê-las ajudado sair do vício. 
Ninguém teme o trabalho quando conhece o resultado. 
Visualize o futuro. 
Você pode. 
Você é especial. 
Sua inteligência é testemunhada por todos que o conhecem e você sabe que o segredo do comportamento inteligente é simplificar as coisas." 
O Ligeirinho sabia como desviar um assunto.
Percebeu de imediato que eu estava fazendo laboratório com ele. 
A intenção era, também, bater na cangalha pro burro ouvir. 
Só que de ingênuo ele não tinha nada. 
Derramou elogios, próprios dos livros de autoajuda e desviou o curso da conversa.

(...) 

Fred, 19/02/2011 

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Frase do dia


O Universo não é apenas mais estranho do que supomos; 
ele é mais estranho do que somos capazes de supor" 

(John Haldane, biólogo inglês, 1892-1964) 
Fred, 17/02/2011

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Frase do dia

“Podemos ter chegado em diferentes navios, mas hoje estamos no mesmo barco.”- Martin Luther King (1.929-1968) - Lider negro americano
Fred, 16/02/2011

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Um pontapé dos infernos


(Fragmento do livro Álcool Ajuda ou Autoajuda - Fred Explica - 1999)
Nota: Os textos postados neste blog não obedecem a nenhuma ordem cronológica.
(...)
"Estávamos em mil novecentos e sessenta e seis, o regime militar já mostrava suas garras e a população sentia o prenúncio do que viria pela frente"


anos 60


(...)Gostávamos de cobrir peças de paralelepípedos com caixa vazia de picolé, colocar no meio da calçada e aguardar que algum incauto fosse seduzido a dar um pontapé.
Quando acontecia, era muito engraçado ver a cara do sujeito soltando um palavrão e, depois, disfarçando a dor em face aos frouxos de risos que vinham do outro lado.
Isso durou pouco tempo até que um policial à paisana resolveu, entusiasmado, bater um tiro de meta. 

Ele era Delegado do DOPS.
Quando se identificou, ainda mancando, pensamos que o mundo iria desabar em nossas cabeças.
Enquanto a dor não passava e o cidadão gorducho readquirisse a cor normal escutamos poucas e boas.
Veio esbravejando com uma tonalidade demoníaca e, enquanto desabafava sua ira, o monstro ia retomando a cor rósea original dos agentes da ditadura.
Sabíamos que o melhor a fazer naquelas situações era baixar a cabeça e escutar humildemente.
Acho que o tormento durou quase uma hora.
Estávamos diante de uma platéia enorme de pedestres sádicos e curiosos.
O meu rosto queimava de vergonha e rebeldia em virtude dos argumentos e da arrogância provocativa. Esperando reação, seu repertório incluía ofensas às famílias de todos nós.
Para piorar a situação eis que estaciona uma viatura policial.
Chegaram a abrir o camburão ameaçando: vamos levar pro juizado, doutor! – esses moleques tem de aprender! – uma boa surra na delegacia vai melhorar esse povo!
Nessa hora, um dos populares interferiu. "Conheço os pais dos meninos, são famílias boas! Deixem que eles recebam o castigo em casa. Eu mesmo vou providenciar."
Não sei se foi a defesa que resolveu o problema, mas, juntou-se a um chamado urgente no rádio da viatura que fez nossos algozes entrarem às pressas, ligarem a sirene e sairem cantando pneu.
A pequena multidão se dispersou ficando somente o homem que advogou em nosso favor.
- Querem tomar um refrigerante? - perguntou com um sorriso maroto e revelador.
Aceitamos de pronto, estávamos em quatro.
Entramos no Bar Siroco e pedimos Coca Cola para cada um.
Enquanto nos refazíamos do susto ele degustava uma cerveja observando: vocês passaram por uma boa, não?
Estávamos em mil novecentos e sessenta e seis, o regime militar já mostrava suas garras e a população sentia o prenúncio do que viria pela frente.
O cidadão solidário gostou do "tiro de meta".


a liberdade é a minha pátria.
Eu sou liberdadense
eu sou liberdadeiro
a liberdade é do meu pai, minha mãe.
A liberdade é natural
A natureza é a liberdade em ação
porta da criação
liberdade não se define.
Por um lado é nada
de outro, tudo.
E ela só tem um lado.
Livre arbítrio do livre arbítrio
expressão máxima da vontade

(...)
Fred, 15/02/2011

Frase do dia

“Os otimistas proclamam que vivemos no melhor dos mundos possíveis; e os pessimistas receiam que isso seja verdade.” James Branch Cabell (1.879.1.958), escritor e ensaísta americano
Fred, 15/02/2011

domingo, 13 de fevereiro de 2011

Frase do dia

“Há besteira bem dita, assim como há idiota bonito”. Millor Fernandes (70) - Escritor, dramaturgo, tradutor e humorista carioca.
Fred, 14/02/2011

Juventude Reprimida – a Resposta


(Fragmento do livro Álcool Ajuda ou Autoajuda - Fred Explica - 1999)
Nota: Os textos postados neste blog não obedecem a nenhuma ordem cronológica.
(...)



Minascentro onde, nos anos 60, funcionava a Secretaria de Saúde e o seu teatro 





"Antes de começar o Um Instante Maestro, que era o nome do espetáculo da programação televisiva, Flávio Cavalcanti ficou como maestro, regendo seus jurados numa paródia picante de uma música de sucesso da época enquanto degustavam algumas doses"




Em 1964 eu e muitos companheiros completávamos quinze anos. 

Idade tradicionalmente difícil. 

Iniciava-se o processo do broto que rompe a semente da infância e projeta-se para fora da terra encantando-se com o sol, a chuva e murchando pela falta ou excesso de um ou de outro. 

"Há que se cuidar do broto pra que a vida nos dê frutos" (Milton Nascimento/Wagner Tiso)

Assim também aconteceu em nosso processo de entrada na pós adolescência. 

O sol da liberdade sombreado pelas nuvens do regime autoritário. 
Como a criatura acaba se adaptando ao meio, aprendemos conviver em relativa paz com os militares. 
Éramos da classe média. Os pais, nos anos sessenta não queriam que os filhos trabalhassem. Deveriam priorizar os estudos para conseguir independência financeira. 
Tinham de se tornar doutores em alguma coisa e comigo não foi diferente.
Nesse contexto e, como as mesadas eram curtas, tivemos que desenvolver técnicas que nos permitissem participar de qualquer evento sem desembolsar um tostão.
- Fred coloca o terno aí que nós vamos entrar no Show do Flávio Cavalcanti sem pagar! 
- Como é que é? – perguntei ao Jackson, o especialista nestas coisas. 
– Nós vamos para a entrada dos artistas no teatro da Secretaria de Saúde. Em meio ao tumulto que vai se formar ficaremos dando uma de segurança. A equipe do teatro pensará que fazemos parte da turma do Show e a outra pensará o contrário. Não tem erro.
Dito e feito. 
- É conveniente mostrar autoridade no local, fazer cara de mau e falar pouco, disse o professor a caminho do teatro.
Chegamos a ajudar uns elementos da organização que estavam inseguros, exigindo aos populares que se afastassem da entrada com alguma educação e muita energia. 
Colaboramos para formar o cordão de isolamento de mãos dadas com os “colegas” e adentramos no local reservado aos artistas preservando a integridade física dos famosos como uma galinha protege sua cria. 
Foi uma experiência interessante. 
Antes de começar o Um Instante Maestro, que era o nome do espetáculo da programação televisiva, Flávio Cavalcanti ficou como maestro, regendo seus jurados numa paródia picante de uma música de sucesso da época enquanto degustavam algumas doses.
Era o programa de maior sucesso da TV e os mineiros estavam orgulhosos da transmissão para todo o Brasil, feita da nossa capital. 
Quando soou a campainha avisando que estava próximo o início do espetáculo, Flávio raspou a garganta e incorporou um jeito de lorde inglês.
Todos os componentes da mesa o acompanharam na transformação, cada qual assumindo o perfil que lhe era destinado e nós ali com cara de poucos amigos como era conveniente aos bons profissionais da área de segurança.
A Praça da Alegria também foi apresentada no mesmo local e nós dois também usamos do mesmo expediente.
O saudoso Manoel de Nóbrega, Ronald Golias e toda a equipe dos melhores comediantes ali, a menos de dois metros, tratando de assuntos dos mais diversos – o enredo do show já estava em suas cabeças. 
Eram pessoas comuns nos bastidores e, no palco, grandes artistas. 
Incorporavam seus personagens a despeito de seus humores, às vezes sombrios. 
Presenciei deboches e arrogâncias nas cochias.
Todavia, numa concentração quase mediúnica, transformavam-se em personagens populares e muito engraçadas. (...)

Fred, 14/02/2011