quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Fumante Passivo...Socorro!!!


...O fascista não é aquele que adota a posição da maioria da multidão contra a minoria. Ele é aquele que até pode adotar a atitude da minoria. Sua questão não é esta. Sua questão é a da não reflexão. Quando ele pensa que reflete, ele ainda está sob regras endurecidas. Pois o que o marca é o simplismo, ou seja, aquilo que caracteriza a visão de mundo do “tipo pré-adolescente”: tudo que está desordenado parece ser complexo, a ordem, ao menos a ordem que é a que vai despertar o candidato ao fascista, é a ordem que torna tudo plano, simples – simplório. ...

Mais em http://ghiraldelli.wordpress.com/2009/11/05/fascista/


Claro, sou fumante, mas, nem por isso tão idiota quanto possa parecer. Tive a infelicidade de assistir numa entrevista na TV, há anos, bem antes dessa guerra contra o tabagismo, o alerta feito por uma autoridade brasileira em pulmão(quase certeza que era o presidente da Associação Brasileira de Pneumologia). Disse, naquela oportunidade, dos malefícios do cigarro, etecétera e tal (quem fuma sabe). O que me impressionou nas suas declarações foi o temor, expresso com muita ênfase, de que o preconceito se instalasse no Brasil como ocorria nos EUA. Frisou, também, que essa história de fumante indireto (não se usava "passivo" ainda) era coisa sem nenhuma base científica. Para ilustrar afirmou que uma pessoa somente aspiraria uma quantidade suficiente para causar um pequeno prejuízo se fosse fechada num cubo vedado, 2x2x2, com alguém que fumasse um maço inteiro no ambiente. Desde então estou a procura de experimentos laboratoriais que venham contradizê-lo ou endossá-lo. Só encontro estatísticas que não convencem pois fogem dos métodos científicos. Alguém poderia informar se existem os tais experimentos numa instituição confiável? Só para ilustrar, ajudei minha esposa em atividades voltadas para a terceira idade. Nos bailes, as viúvas reclamavam que faltavam pares para dançar. "Vocês matam os seus maridos e depois reclamam?!", dizia eu em tom de pilhéria. Elas davam gostosas risadas e seguiam na festa. Quase todas eram viúvas de ex-fumantes gozando de plena saúde pulmonar. Dançavam das 13:00 às 17:00 em pleno verão. Sempre que posso, converso com umas idosas num povoado em que tenho uma casa de campo. As viúvas de lá têm seus problemas mas, não encontrei até hoje um quadro de doença respiratória que pudesse confirmar a tese em questão.

Estou nessa cruzada inglória há tempos. O que já arrumei de indisposição com médicos não está no gibi, só por pedir detalhes da tal pesquisa. Estou careca de saber que cigarro mata ou precipita diversos tipos doenças muitas vezes hereditárias.

Por que dourar a pílula, dividir pessoas, criar guetos de pureza e marginalizar aqueles que resolveram fumar?!
Sociedade hipócrita e pseudo-higienista. Isso sim!
Roubar dinheiro público causa morte nas estradas esburacadas e nas filas do SUS.
Vamos fazer campanha?




Obrigado Millôr (QUE NÃO É FUMANTE)


Crônica Jus Sperneandi por Millôr Fernandes escrita em 1998

Um juiz de qualquer lugar do país, e nosso país é grande, pode proibir o que bem entender em qualquer parte do país, e não tem que dar explicações a ninguém. Como Deus. Não adianta chiar.
Agora um juiz lá dos pampas, estado que, por sinal, acabou de realizar bela eleição — resolveu que ninguém pode mais fumar nos céus do Brasil, e mesmo em céus fora do Brasil. Voou — em supersónico, subsônico, avião particular, de passageiro, de carga, asa delta, cai na Lei lntragável. Se as otoridades descobrirem um cigarro queimando acima da cabeça dos cá de baixo, cadeia pra todo mundo, multa pra companhia, decapitação pro comandante.

Tudo começou com a proibição de fumar em cinema — razoável porque o ambiente é fechado e há perigo de incêndio. Tentaram proibir nos restaurantes — não colou. Então estabeleceram-se setores fumantes-não fumantes, como na Sala Oval, do Clinton. Depois de proibirem o fumo nos motéis — dá brochura — os legisladores subiram aos aviões, primeiro proibindo por zona, depois ordenando proibição total em "pequenos" trajetos. E agora sua Altíssima Reverendissima não sei lá de onde proibiu todo mundo de fumar em qualquer lugar e de qualquer maneira quando estiver com os dois pés acima do solo.
A explicação é que os fumantes ativos — heterotabagistas — estão provocando tosses, doenças e mortes entre os passivos — homotabagistas. 

Promulgada a lei, logo aparecem falsos médicos — com magníficos diplomas — falsas tabacologistas com caras de não fui fumada e não gostei — cheios de estatísticas: está provado que 35% das pessoas que voam a Paris morrem de sufocação linguística, 3% por cento dos que frequentam a ponte-aérea morrem de ópera seca, 2% das mulheres que viajam mais de uma vez por ano em aviões internacionais têm filhos anormais, ou normais mas bichas — se é que pode.
Em suma, quem viaja de avião não precisa mais ter medo de tempestade, falha no motor, piloto bêbado ou peças compradas sem licitação — tem que ter medo do fumante que está ao seu lado ou mesmo pitando agachadinho lá atrásó no último banco. Quer dizer, num país desgovernado, existe um juizado só pra proteger cidadãos fumantes passivos de cidadãos tarados ativos.
Por que o meritíssimo não faz uma lei tornando ilegal o seqüestro, no qual todas as vitimas são passivas? Já existe? Ah! Porque não prende imediatamente o Naya, o Roriz e o vice do ltamar? Ou pelo menos o Maluf, que agora está sem poder e já é meio de esquerda? 

Querem estatística? Faço uma à minuta, sem consultar ninguém. Quem voa no Brasil não chega a l % da população (será que 1.500.000 pessoas voam no Brasil?). A média de vôo de cada pessoa, mesmo contando pontes-aéreas, não passa de 24 horas por ano.
Assim, mesmo que o cidadão tenha a infelicidade de viajar metade do tempo ao lado de um tabagista da pesada, e que este tabagista fume metade do tempo, o passivo será submetido apenas a 6 horas de fumo passivo por ano. Ou meia hora por mês. Ou um minuto por dia. 

Um cara que vai morrer por causa disso não merece viver.

Repito sempre: não fumo. Sou apenas visceralmente antifascista.

E não estou brincando. Reajam enquanto é tempo. 

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