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segunda-feira, 5 de março de 2012

Falar alto ou falar baixo?

Foto em: jungleer.worpress.com

Falta amanhecer no relógio
Daqui a pouco eu vou pra sacada ver o mundo que acorda, dá corda e a corda esticada não deixa parar
A cidade deserta é mais criança que as pessoas aflitas
Elas perderam a paz falando alto, calando ouvidos
Começou a pressa lá embaixo. 

Uma aflição desmedida, dantesca, burlesca e tosca
O verde mata e o vermelho estanca, dizem os semáforos
Prefiro o vermelho
Os carros encheram as ruas e os sacos
Do sétimo andar vejo o caos amanhecendo.
O estridor das buzinas cada dia mais cedo
Sonolento, o morador do terceiro nunca acerta o controle do alarme do automóvel novo do ano passado
Resta rir da vingança modorrenta do preguiçoso
Faço um sorriso horizontal quando o prédio acorda reclamando do moço que não aprende
Os barulhos juntam-se para ficarem mais calmos lá pelas oito
Hora dos importados silenciosos e dos executivos que falam baixo
 


(ZZFred, 05 de março de 2011)




FALAR BAIXO


Aproxima as pessoas para   escutar o que está sendo dito, prestando-se mais atenção nas palavras e  melhor entendimento.  Com Isso a mensagem é assimilada.

Transmite paz.

 Não prejudica o trabalho de outras pessoas que  tratam de assuntos nas proximidades, principalmente ao telefone. 

Melhora o ambiente.       


Não atrapalha trabalhos que requeiram concentração e criatividade.  


 FALAR   ALTO


Afasta as pessoas pois não é necessário ficar próximo para se escutar.  Causa irritação.  As pessoas ficam tensas. Prejudica o entendimento da mensagem.


Aumenta a agressividade.

Prejudica outras pessoas que tratam de assuntos nas proximidades, principalmente ao telefone.


Piora o ambiente.


Não permite a realização de trabalhos que requeiram concentração e criatividade.


A ORIGEM DO  “FALAR ALTO”


A urbanização iniciou-se às margens dos rios. Ali  foram construídas as primeiras moradias aproveitando-se os mananciais que proporcionavam água potável e onde as lavadeiras exerciam seu ofício.
Para se comunicar, devido a distância que ficavam umas das outras e ao barulho dos rios, eram obrigadas a elevar o tom de suas conversas para fazerem-se ouvidas.  Com a interiorização e a modernidade as pessoas ficaram mais próximas, não havendo mais necessidade de se comunicarem “aos gritos”.

ZZFred, 23 de maio de 2003

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Fumante Passivo...Socorro!!!


...O fascista não é aquele que adota a posição da maioria da multidão contra a minoria. Ele é aquele que até pode adotar a atitude da minoria. Sua questão não é esta. Sua questão é a da não reflexão. Quando ele pensa que reflete, ele ainda está sob regras endurecidas. Pois o que o marca é o simplismo, ou seja, aquilo que caracteriza a visão de mundo do “tipo pré-adolescente”: tudo que está desordenado parece ser complexo, a ordem, ao menos a ordem que é a que vai despertar o candidato ao fascista, é a ordem que torna tudo plano, simples – simplório. ...

Mais em http://ghiraldelli.wordpress.com/2009/11/05/fascista/


Claro, sou fumante, mas, nem por isso tão idiota quanto possa parecer. Tive a infelicidade de assistir numa entrevista na TV, há anos, bem antes dessa guerra contra o tabagismo, o alerta feito por uma autoridade brasileira em pulmão(quase certeza que era o presidente da Associação Brasileira de Pneumologia). Disse, naquela oportunidade, dos malefícios do cigarro, etecétera e tal (quem fuma sabe). O que me impressionou nas suas declarações foi o temor, expresso com muita ênfase, de que o preconceito se instalasse no Brasil como ocorria nos EUA. Frisou, também, que essa história de fumante indireto (não se usava "passivo" ainda) era coisa sem nenhuma base científica. Para ilustrar afirmou que uma pessoa somente aspiraria uma quantidade suficiente para causar um pequeno prejuízo se fosse fechada num cubo vedado, 2x2x2, com alguém que fumasse um maço inteiro no ambiente. Desde então estou a procura de experimentos laboratoriais que venham contradizê-lo ou endossá-lo. Só encontro estatísticas que não convencem pois fogem dos métodos científicos. Alguém poderia informar se existem os tais experimentos numa instituição confiável? Só para ilustrar, ajudei minha esposa em atividades voltadas para a terceira idade. Nos bailes, as viúvas reclamavam que faltavam pares para dançar. "Vocês matam os seus maridos e depois reclamam?!", dizia eu em tom de pilhéria. Elas davam gostosas risadas e seguiam na festa. Quase todas eram viúvas de ex-fumantes gozando de plena saúde pulmonar. Dançavam das 13:00 às 17:00 em pleno verão. Sempre que posso, converso com umas idosas num povoado em que tenho uma casa de campo. As viúvas de lá têm seus problemas mas, não encontrei até hoje um quadro de doença respiratória que pudesse confirmar a tese em questão.

Estou nessa cruzada inglória há tempos. O que já arrumei de indisposição com médicos não está no gibi, só por pedir detalhes da tal pesquisa. Estou careca de saber que cigarro mata ou precipita diversos tipos doenças muitas vezes hereditárias.

Por que dourar a pílula, dividir pessoas, criar guetos de pureza e marginalizar aqueles que resolveram fumar?!
Sociedade hipócrita e pseudo-higienista. Isso sim!
Roubar dinheiro público causa morte nas estradas esburacadas e nas filas do SUS.
Vamos fazer campanha?




Obrigado Millôr (QUE NÃO É FUMANTE)


Crônica Jus Sperneandi por Millôr Fernandes escrita em 1998

Um juiz de qualquer lugar do país, e nosso país é grande, pode proibir o que bem entender em qualquer parte do país, e não tem que dar explicações a ninguém. Como Deus. Não adianta chiar.
Agora um juiz lá dos pampas, estado que, por sinal, acabou de realizar bela eleição — resolveu que ninguém pode mais fumar nos céus do Brasil, e mesmo em céus fora do Brasil. Voou — em supersónico, subsônico, avião particular, de passageiro, de carga, asa delta, cai na Lei lntragável. Se as otoridades descobrirem um cigarro queimando acima da cabeça dos cá de baixo, cadeia pra todo mundo, multa pra companhia, decapitação pro comandante.

Tudo começou com a proibição de fumar em cinema — razoável porque o ambiente é fechado e há perigo de incêndio. Tentaram proibir nos restaurantes — não colou. Então estabeleceram-se setores fumantes-não fumantes, como na Sala Oval, do Clinton. Depois de proibirem o fumo nos motéis — dá brochura — os legisladores subiram aos aviões, primeiro proibindo por zona, depois ordenando proibição total em "pequenos" trajetos. E agora sua Altíssima Reverendissima não sei lá de onde proibiu todo mundo de fumar em qualquer lugar e de qualquer maneira quando estiver com os dois pés acima do solo.
A explicação é que os fumantes ativos — heterotabagistas — estão provocando tosses, doenças e mortes entre os passivos — homotabagistas. 

Promulgada a lei, logo aparecem falsos médicos — com magníficos diplomas — falsas tabacologistas com caras de não fui fumada e não gostei — cheios de estatísticas: está provado que 35% das pessoas que voam a Paris morrem de sufocação linguística, 3% por cento dos que frequentam a ponte-aérea morrem de ópera seca, 2% das mulheres que viajam mais de uma vez por ano em aviões internacionais têm filhos anormais, ou normais mas bichas — se é que pode.
Em suma, quem viaja de avião não precisa mais ter medo de tempestade, falha no motor, piloto bêbado ou peças compradas sem licitação — tem que ter medo do fumante que está ao seu lado ou mesmo pitando agachadinho lá atrásó no último banco. Quer dizer, num país desgovernado, existe um juizado só pra proteger cidadãos fumantes passivos de cidadãos tarados ativos.
Por que o meritíssimo não faz uma lei tornando ilegal o seqüestro, no qual todas as vitimas são passivas? Já existe? Ah! Porque não prende imediatamente o Naya, o Roriz e o vice do ltamar? Ou pelo menos o Maluf, que agora está sem poder e já é meio de esquerda? 

Querem estatística? Faço uma à minuta, sem consultar ninguém. Quem voa no Brasil não chega a l % da população (será que 1.500.000 pessoas voam no Brasil?). A média de vôo de cada pessoa, mesmo contando pontes-aéreas, não passa de 24 horas por ano.
Assim, mesmo que o cidadão tenha a infelicidade de viajar metade do tempo ao lado de um tabagista da pesada, e que este tabagista fume metade do tempo, o passivo será submetido apenas a 6 horas de fumo passivo por ano. Ou meia hora por mês. Ou um minuto por dia. 

Um cara que vai morrer por causa disso não merece viver.

Repito sempre: não fumo. Sou apenas visceralmente antifascista.

E não estou brincando. Reajam enquanto é tempo.