que nem sequer existia
veio contar lorota
em prosa cambota
Narrando casos vadios
da infância dela e dos tios
sequer surpreso fiquei
asneiras maiores eu sei
das frutas roubadas pra pança.
mangas, jabuticabas ou pitangas
de seu pai ouvia zangas
Guardava ela o segredo
por vergonha e até por medo
quando revelou, aos oitenta
que quem não rouba, tenta
Pensa ela em caduquice
ser honesto maluquice
Concluiu pelo noticiário
que ser bom é ser otário
Titia, observei severo
Temos de nos manter austeros
aos malandros, esses crápulas
que do país parecem Dráculas
Outro pensamento me veio um tanto preocupado
Quem sabe, conclusões como essas, malgrado
estariam fervilhando nas fracas cacholas desta nação?
Reféns e vítimas da famigerada globalização?
Essa forma de pensar
vem lá dos Tios Sans
vem lá dos Tios Sans
parentes do mundo em idéias vãs
não vêm que a cobra já se comeu pelo rabo
a teoria estava certa e, assim, desanimado
eu me acabo
eu me acabo
Fred, outubro de 2003
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