sexta-feira, 23 de julho de 2010

Tia Sofia

Minha tia Sofia
que nem sequer existia
veio contar lorota
em prosa cambota

Narrando casos vadios
da infância dela e dos tios
sequer surpreso fiquei
 asneiras maiores eu sei

No seu tempo de criança
das frutas roubadas pra pança.
 mangas,  jabuticabas ou pitangas
de seu pai ouvia zangas

Guardava ela o segredo
por vergonha e até por medo
quando revelou, aos oitenta
que quem não rouba, tenta

Pensa ela em caduquice
ser honesto maluquice
Concluiu pelo noticiário
que ser bom é ser otário

Titia, observei severo
Temos de nos manter austeros
aos  malandros, esses crápulas
que do país parecem Dráculas

Outro pensamento me veio um tanto preocupado
Quem sabe, conclusões como essas, malgrado
estariam fervilhando nas fracas cacholas desta nação?
Reféns e vítimas da famigerada  globalização?

Essa forma de pensar 
vem lá dos Tios Sans
parentes do mundo em idéias vãs
não vêm que a cobra já se comeu pelo rabo
a teoria estava certa e, assim, desanimado
eu me acabo

Fred, outubro de 2003

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