quinta-feira, 22 de julho de 2010

Castas Águas

(Não devemos explicar poesia, mas essa aí precisa.  Caixas d'água antigas e desativadas ficam nas cidades como um estorvo qualquer. Abandonadas  e tristes pela ingratidão das pessoas.  Assim me inspirei naquele momento, tentando dar a elas a nobreza que merecem.)

Caixa d'água
Afogai as mágoas do meu povo
A tua água
Ao rico e ao pobre é igual
De ti lição maior
Tal qual

A tua água
Virá de novo
Amar meu povo
Ao mar de novo

A tua água
Rio do meu tio Pio
Castas águas, caixa d'água !
De onde vens
Com cheiro do mato molhado
lembrando de alguém
Caixa d'água
Ao céu em cálice
Oração de coração extasiado
Aos céus em oferenda
Aos maus em reprimenda

Nossa terra sabe de ti
Abnegada  fonte
Nossa terra gosta de ti
Resignada infante
As letras não te merecem
Querida amiga
Te fazem apenas
Em soltas rimas
Pouco mérito
Em roucas cismas.

Fred, verão de 2001
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* Interessante.

Uma das histórias mais curiosas envolvendo os coretos aconteceu em Muzambinho, no Sul de Minas, em 1º de junho de 1969, dia em que o coreto da praça começou a ser "tombado", não pelo patrimônio histórico, mas pelo prefeito da época, Messias Gomes de Melo, que mandou demolir o coreto, inaugurado em 16 de agosto de 1922, por entender que "tombamento" seria deitar por terra a construção.

O diretor do Museu Municipal da cidade, o arquiteto Ricardo Podestá, conta que na época, o prefeito ficou sabendo que o patrimônio histórico do Estado estaria doando verbas para restauração de prédios públicos. "Ele fez um dossiê e mandou", conta Ricardo. Só que os prédios beneficiados, segundo ele, deveriam ser tombados.

O diretor disse que, o Estado mandou um telegrama para o prefeito dizendo que ele podia "dar o tombamento" da obra, que o dinheiro já estava a caminho. "Como de fato o dinheiro veio. Só que depois chegou uma comissão do patrimônio para vistoriar o coreto e não acharam nada", conta Ricardo.

A história do antigo coreto de Muzambinho é muito contada em rodas políticas de Minas. No telegrama recebido pelo prefeito, contam, a informação era que o coreto era considerado de interesse histórico, que uma comissão iria à cidade para tombá-lo. O prefeito teria respondido com um outro telegrama urgente: "Desnecessária vinda da comissão. Já que era para tombar, mandei derrubar o coreto".

Fonte: "Folha de Contagem - arquivo de notícias de 2005 a 2008"

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