sábado, 31 de julho de 2010

Rio de mim

Estou assim como se fosse um rio 
Suas águas não são claras nem calmas
Carregam estragos numa correnteza atribulada e confusa
Tudo o que estiver solto às margens, ele junta para jogar no mar
Volumoso, profundo e turbulento, é imprestável para que a vida prospere
Água turva a ignorar as pontes que ligam os sentimentos humanos
E as pontes não querem o rio e nem o rio sabe das pontes
Os homens constroem pontes para evitar o rio
Ele segue em frente obstinado e louco numa barulheira infernal
Ai das pontes que desabarem nele 
Só saberia juntar seus cacos naquela trajetória insana
O mar é mais que obstinação
É inevitável


Fred, inverno de 2009

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